tag:blogger.com,1999:blog-9328253460369384722024-02-20T00:56:38.833-08:00Tirado da GavetaTirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comBlogger24125tag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-7056899375649630022009-06-03T17:15:00.000-07:002010-11-20T19:56:09.600-08:00Um Enigma.<p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;">Eu repudio o enigma do Tempo. Em todos seus aspectos, sem esquecer-me do que é longo e lento e do que é curto e rápido. Eu venho, com pressa, na tentativa de parar o tempo para que ele dure e para que minha pressa, enfim, se acabe. O tempo não para, tampouco a pressa. Mesmo assim eu tento matar esse maldito e invulnerável tempo: fico uns 30 segundos, ou mais, observando a fumaça tênue que sai do meu café amargo.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-family:courier new;"></span></span></p><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:courier new;"></span></div><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;">Enquanto a fumaça, que não cessa, pula e foge da minha caneca indiferente, eu fico aqui, pensando e tentando entender a complexidade das tuas atitudes, as mesmas que contrariam as palavras que, covardemente, proferisse para mim. – Tu nem deve entender a sutiliza das coisas que digo -. Talvez eu subestime demais a sua maturidade e te encaixe no corpo da tua idade limitando a tua argúcia.<br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-family:courier new;"></span></span></p><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:courier new;"></span></div><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;">Eu te falei sobre o tempo e queria que entendesse o impacto que ele tem sobre meus anseios. Tu se mostrou entender. E, o que eu não entendo, é o como tu se disse tão parecida comigo sem ao menos olhar nos meus olhos e ver o que eu vejo nos teus. Então, tu se deixa envolver pela vingança do tempo e, como bailarina de ferro que és, se desvencilha dos meus braços e faz a música acabar. Já não há mais motivo para perguntar: “você ainda irá gostar de mim amanhã?”. Só me sobra a certeza de que tudo é rápido e lento demais, ao mesmo tempo (tempo?), sem mais nem menos. E esse mesmo tempo te leva para longe daqui, me deixando só, me fazendo pensar, querendo voltar para te dizer: “É contigo que eu quero ficar”, sem te fazer temer, sem te fazer fugir.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><br /><span style="font-family:courier new;"></span></span></p><div style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:courier new;"></span></div><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;">Só quero que saiba que eu não preciso mais de palavras mutáveis e inconstantes, assim como não preciso mais de beijos inacabados, nem mais de esperas para que a confusão se desfaça, tampouco mais de tempo curto e nem de mais tempo longo. Só preciso de um tempo a mais, para eu não pensar em você, como faço agora.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;"><br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;"><br /></span> </p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic; FONT-FAMILY: courier new; COLOR: rgb(0,51,0)" class="MsoNormal"><br /></p><p style="TEXT-ALIGN: right; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;"><span style="COLOR: rgb(0,0,0); FONT-WEIGHT: bold">Cássia Fernandes.</span><br /></span></p>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-58182937130700418212009-06-03T17:14:00.000-07:002010-11-20T19:58:16.282-08:00Embriagada.<p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; FONT-STYLE: italic; COLOR: rgb(0,51,0)font-family:courier new;" class="MsoNormal" ><span style="font-size:85%;"><?xml:namespace prefix = o /><o:p></o:p>Nada melhor do que o esmero de um vinho, em uma noite fria e úmida, para afogar as tristezas e mágoas inventadas de um amor que nunca passou de um desejo de amar. Enquanto bebo e observo, dentro da taça, o líquido vermelho se movimentar de forma lenta e suave, concluo que o melhor a fazer é voltar a escrever. Então, procurando as melhores palavras - aquelas que não fogem da atmosfera do conjunto: frio, umidade e vinho – retorno a uma atividade há tempos esquecida.<br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; FONT-STYLE: italic; COLOR: rgb(0,51,0)font-family:courier new;" class="MsoNormal" ><span style="font-size:85%;"><br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; FONT-STYLE: italic; COLOR: rgb(0,51,0)font-family:courier new;" class="MsoNormal" ><span style="font-size:85%;">O meu ato de escrever se foi quando ela voltou e, enquanto eu a tinha para mim, gravar palavras não era mais uma necessidade. Como pode perceber, ela se foi. Se foi pela concretude de palavras escritas... Não pronunciadas, nem mostradas, mas sim escritas! Que infame as palavras escritas! E eu as faço.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; FONT-STYLE: italic; COLOR: rgb(0,51,0)font-family:courier new;" class="MsoNormal" ><span style="font-size:85%;"><br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; FONT-STYLE: italic; COLOR: rgb(0,51,0)font-family:courier new;" class="MsoNormal" ><span style="font-size:85%;">As faço simplesmente porque tudo o que é vergonhoso me atrai, e fugir do contato direto é algo vergonhoso. Talvez com ela tenha ocorrido o mesmo... Talvez, assim como eu, ela tenha se embriagado com algo parecido com o vinho e, em meio à tontura que a ilusão lhe proporcionou, ela me perdeu. Pode ser que o frio dessa noite a tenha contagiado, isso explicaria a sua frieza ao me deixar. Só me resta uma única certeza: a umidade de meus olhos já se foi. Só me resta uma conclusão: escrever é me encontrar. Fica apenas uma pergunta: onde fica o amor nessa história?<br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; LINE-HEIGHT: 150%; FONT-STYLE: italic; FONT-FAMILY: courier new; COLOR: rgb(0,51,0)" class="MsoNormal">Para: P.<br /></p><p style="TEXT-ALIGN: right; LINE-HEIGHT: 150%; FONT-STYLE: italic; COLOR: rgb(0,51,0)font-family:courier new;" class="MsoNormal" ><span style="font-size:85%;"><span style="COLOR: rgb(0,0,0); FONT-WEIGHT: bold">Cássia Fernandes.</span><br /></span></p>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-9972796197749492522009-06-03T17:12:00.000-07:002010-11-20T19:57:42.338-08:00Por Você.<p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;">Nesse momento a areia desse chão feito de fumaça, percorre minha pele da mesma forma que eu queria que meu amor percorresse a sua. quem sabe um dia, quando eu voltar e sua vida nao for mais a mesma, nós nos encontremos por aí e sorriremos sem sentir culpa alguma. Por mais que eu queira seguir seus passos e te esperar em uma esquina qualquer do seu caminho traçado, sinto que de nada adiantará. Penso em desistir, pois a certeza de que, seu olhar nunca será para mim, atormenta meus dias sem chuva húmidos pelas lágrimas das minhas palavras. Não sei que horas são, nem tampouco que dia é hoje, não quero contar o tempo porque eu sei que ele não me trará nada do que espero.<br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><br /><span style="font-family:courier new;font-size:85%;"></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;">Esperança? Eu seria mesquinha em falar sobre esperança. eu disse que não a sentiria mais...<br /></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><br /><span style="font-family:courier new;font-size:85%;"></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;"><?xml:namespace prefix = o /><o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;">Me diga como é ter alguém que te vê no por do sol, no balanço do mar, que te encontra nas letras das músicas e nas sombras do chão. Como é ter alguém que leva a lembrança de um único beijo para longe de ti e que não diga nada sobre isso. Talvez seja melhor se calar como sempre fez, ou dizer apenas que "tudo foi fácil demais".</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><br /><span style="font-family:courier new;font-size:85%;"></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;"><o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;">Eu pintaria em um quadro de água cada gota da chuva que caiu sobre seu rosto naquele mais perfeito dia. Eu cantaria, em qualquer nota, cada movimento da sua face quando estavas comigo.E u transformaria em perfume a sensação de tocar sua mão e sentir seus braços. Eu transporia em versos o instante final do seu beijo.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><br /><span style="font-family:courier new;font-size:85%;"></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;"><o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;">Vou caminhar sobre pedras em brasa na estrada mais distantes que houver até chegar em sua porta. Talvez nessa demora, e sentindo a dor tamanha do fogo em meus pés, eu esqueça de você. Pode ser melhor ir te buscar a nado pelo mar mais bravo e salgado deixando com que a sol queime minha pele e que a sede seque minha alma, talvez assim eu deixe de sentir o amor. Ou então eu poderia roubar todas as flores que me fazem lembrar seu sorriso e enterrá-las na mais funda foça, quem sabe assim você deixasse de estar em todas as coisas.</span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><br /><span style="font-family:courier new;font-size:85%;"></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify; FONT-STYLE: italic" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;font-size:85%;"><o:p></o:p></span></p><p style="TEXT-ALIGN: justify" class="MsoNormal"><span style="font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;"><span style="FONT-STYLE: italic">Mas a verdade é que nenhum plano dará certo; que o tempo não resolverá nada; e que, por mais que eu queira, você sempre estará em tudo, estará nos grãos da areia, nas gotas da chuva e do mar, estará no gosto da fruta, no tempero do que me alimenta. Você estará nas pétalas das flores, nos raios do sol, no cheiro do vento, nos rastros das estradas. Você estará em mim quando eu olhar no espelho, estará na derme das minhas mãos e no gosto dos meus lábios</span>.</span></span></p><p style="TEXT-ALIGN: right" class="MsoNormal"><span style="FONT-WEIGHT: bold">Cássia Fernandes.</span><br /></p>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-60339863510893438212009-06-03T17:05:00.001-07:002009-06-03T17:10:06.415-07:00Na estante vazia.<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 11"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 11"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CADMINI%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><style> <!-- /* Style Definitions */ p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal {mso-style-parent:""; margin:0cm; margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:12.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-fareast-font-family:"Times New Roman";} @page Section1 {size:612.0pt 792.0pt; margin:70.85pt 3.0cm 70.85pt 3.0cm; mso-header-margin:36.0pt; mso-footer-margin:36.0pt; mso-paper-source:0;} div.Section1 {page:Section1;} --> </style><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;">Vai sempre ter um dia, na sua miserável vida enferma, que alguém vai brincar com suas feridas. Esse alguém não vai se importar com nada que tem uma imensa importância pra você. E não vai saber das coisas que você viveu, nem tampouco o que você aprendeu com elas.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;">
<br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;">Para esse alguém o fato de você acordar todos os dias com medo de talvez não acordar amanhã (porque isso é provável) não vai interessar. Não vai interessar porque você é apenas um brinquedo de plástico jogado na estante e lembrado só quando não há mais nada o que fazer. E você vai desejar ser um brinquedo de vidro que quando quebrado não vai ter concerto. Porque, sentir mais de uma vez a mesma coisa, é quase insuportável. Mas você suporta por causa da maldita esperança fragmentada em pedaços de tecidos sem textura. E você vai continuar jogado na estante, porque você é só um brinquedo e não pode se movimentar sozinho. O que vai lhe restar é apenas esperar.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;">
<br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;">E nessa espera melancólica e um tanto quanto engraçada você vai lembrar de coisas que achou que havia esquecido. Devia ter esquecido. E vai reviver sua vida, vai chorar as mesmas lágrimas, sorrir os mesmo sorrisos e se arrepender mais uma vez. É isso que acontece com as lembranças. Mas você está na estante não está? E as coisas não dependem somente de você. Depende também da bondade de quem brinca contigo. Grite: “Me deixe em paz!”, mas não fuja.
<br /></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;">
<br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;">Não fuja porque esse vai ser o ato mais covarde da sua vida. Covardia pressupõe medo. Medo é o que faz com que deixemos de arriscar. Se você não arriscar não irá conseguir nada. Mas você já tem o nada. Então lute pelo dia em que você vai arrumar um plano de transformar sua pele de plástico em pele de carne. Só não esqueça que as feridas da carne doem mais. Mas você tem sentimentos não tem? Então a dor faz parte do seu crescimento. Deguste a dor.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;">
<br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;">Não deixe que alguém diga que você tem um problema sério quando estava lutando por alguma coisa que era uma farsa. O seu problema sério é muito mais sério que uma brincadeira infantil. Durma hoje e não pense se vai acordar ou não amanhã. Esqueça sua vida enferma e não deixe ninguém colocar um problema onde há muitos outros. Exclua da sua vida o que te faz mal, e saia da estante, você não é um brinquedo e ]não gosta de brincar.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;">
<br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; font-style: italic; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="font-size:85%;"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;"><span style="color: rgb(0, 51, 0);font-size:85%;" ><span style="font-style: italic;">Você não brinca com ações, com atos e muito menos com palavras. Não deixe ninguém falar sobre suas palavras. Faça o que quiser com elas. Elas são sua única arma, você se defende com elas, você diz o que sente com elas, você não mente com elas... Mas você mente, você mente quando foge, mente quando quer fazer as coisas certas e acaba mentindo para si mesmo. Na verdade é você que se deixa ferir. São as suas palavras que procuram respostas que te ferem. Aprenda a mentir com as palavras! Aprenda! A merda é que você não gosta de brincar, então brincam com você</span></span>.</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align: right;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-family:courier new;font-size:85%;" ><span style="font-weight: bold;">Cássia Fernandes.</span></span>
<br /></p> Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-42894469592940313352009-04-03T07:14:00.000-07:002010-11-20T19:55:04.969-08:00Pássaros a Noite.<div align="justify"><span style="COLOR: rgb(0,51,0);font-family:courier new;font-size:130%;" ><em>Eu pensei que a estava enganando...O céu estava estrelado e enquanto eu mentia sobre olhar as estrelas e lembrar dela, meus braços a envolviam e ela me protegia, com seu corpo quente, do frio da noite. Ficamos assim, sentados, rodeados por árvores sem cores que se balançavam com a vida do vento. Olhavámos para o céu. Eu procurava a estrela que brilhava mais, pois eu sabia que seria a menos distante de mim. Não gosto de distância. Ela pensava algo que eu não sei, e por mais que eu perguntasse, ou tentasse desvendar seus pensamentos, ela não se permetia revelar-se. De repente, em uma ligeireza um tanto quanto assustadora, ela olhou para mim e falou algo sobre pássaros. Como eu me encontrava concentrada divagando entre as estrelas, o que brilha e a distância, eu não a ouvi. Então ela repetiu:_ "Tu já viu pássaros voando de noite?"<br /><br />Está aí uma coisa que nunca vou esquecer. Vi pássaros com ela, pássaros a noite, pássaros... Então pensei algo sobre vôos de liberdade que são dados no escuro por medo de serem descobertos. Então pensei que, por mais encantador que fosse ver aqueles pássaros, eu preferia olhar as estrelas, assim eu me sentiria menos culpado. Estrela e pássaros. Quero a estrela mais brilhante por estar mais perto, repudio o vôo dos pássaros porque eles se distanciam. Ela é estrela e pássaro.<br />Respondi para ela que eu nunca havia visto pássaros voando a noite, ela disse o mesmo e nos calamos. Ela seguiu os pássaros com os olhos e eu voltei a procurar a estrela mais brilhante. Senti que ela queria voar...Era mentira sim quando eu disse a ela que, todas às vezes que eu olhava para as estrelas eu lembrava dela. Mas era mentira apenas porque eu nunca olhava as estrelas, e agora eu tenho certeza de que, se eu olhasse, sentiria ela brilhar em mim. Quando os pássaros desapareceram na escuridão, ela voltou seus olhos para mim de uma forma doce e forte. Olhei em seus olhos e desejei dizer: _'No tengo tu en mi mirada'. Mas preferi enganá-la com minhas palavras mudas e a beijei.<br /><br />Ela nunca deixará de ser estrela, mas agora ela precisa se tornar pássaro e voar para longe. Um dia voltarei a ver pássaros voando a noite, mas estarão voando de volta para mim. Lembrarei dela todas às vezes que eu olhar para o escuro do céu , até mesmo em noites de tempestades. O que me acalma é saber que as estrelas continuam no mesmo lugar, mesmo às vezes eu não podendo enxergá-las.</em></span></div><div align="justify"><span style="COLOR: rgb(0,51,0);font-family:courier new;font-size:130%;" ><em></em></span></div><div align="justify"><span style="COLOR: rgb(0,0,0);font-family:courier new;" ></span></div><div align="justify"><span style="COLOR: rgb(0,0,0);font-family:courier new;" ></span></div><div align="justify"><span style="COLOR: rgb(0,0,0);font-family:courier new;" >ps: Para An. M.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-89620209109672894562009-03-29T23:03:00.000-07:002009-03-30T13:27:32.301-07:00O que me queima.<div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>É preciso eu arriscar o calor dos meus pés em um chão úmido e gelado para eu então sentir o choque da vida. E acabo perdendo tudo o que há de quente em mim: os meus desejos que me secam, os meus lábios que só beijam, minhas mãos que provocam... e até mesmo você. Você, que é o que de mais quente eu tenho, ou tinha... Talvez nunca tive...<br />A cada passo descalço, perco, na velocidade de um compasso, a concretude da tua presença em meio ao frio que torna o chão tão real e cruel. E eu não tiro os pés da real crueldade... Eu gosto do que gela! Eu gosto do que me afasta da vontade de voar, tenho medo de altura, medo de cair, medo de você. Então me mantenho firme, de pé, sentindo sob mim a espessura real do concreto do meu caminho.<br />Uma vez ou outra, meus pés se vestem e muda a velocidade de cada passo, fazendo com que, ligeiramente, eu sinta sob mim apenas o ar pesado, transparente e quente que me causa a sensação de estar voando. É uma fuga discreta da segurança gelada do concreto maldito que corrói a fantasia e a doçura do que queima em mim.<br />Você queima em mim quando sinto o fogo da sua pele em minha boca umedecida de desejo. Queima quando anseio seus olhos recheados de chamas que clamam pela calma do meu frio olhar indiferente. Você conflagra em mim quando movimenta seu corpo no sentido de vai e vem, me fazendo temer sua ida e festejar sua volta. Arde quando seus braços envolvem meu corpo num pedido mudo de que eu não escape de você. Incendeia quando suas palavras atingem meus sentidos provocando em mim uma vontade avassaladora de gritar palavras imundas pelo tal infame amor.<br />O chão e o amor são coisas opostas, então escolho o chão que é o mesmo que o frio e que me afasta de você. O problema é o amor... O problema é amar você, tudo porque você é quente, e o que é quente dói... só não sei aonde... mas dói, e o frio apenas choca e me lança para a vida. O fogo me aproxima de você e me faz paralisar no tempo. O fogo queima meus pés, e andar em brasas me faz querer voar. Voar também é um problema.<br /><br />A verdade é que talvez tudo não passe de um medo idiota.<br />Quero o que é quente de volta para mim.</em></span></div><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;font-size:130%;color:#003300;"></span></em></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"> </div><div align="justify"> </div><div align="justify">ps: Para An.M</div><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;"></span></em></div><div align="right"><span style="font-family:Courier New;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-59178926419458797332009-03-29T23:02:00.000-07:002009-03-30T13:05:07.596-07:00Sem Tempo para Besteiras.<div align="justify"><em><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;">Preciso urgentemente de uma cadeira confortável, para que eu possa escrever decentemente, e não ser interrompida por nenhum mal-estar físico. É patético eu culpar um simples objeto, de três ou quatro patas, pela minha incapacidade repentina de escrever alguma palavra que preste e que seja recheada de sentidos concretamente abstratos que dizem menos do que realmente dizem. </span></em></div><div align="justify"><em><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"></span></em></div><div align="justify"><em><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;">Perdi o fôlego por não haver pausas... Perdi o compasso entre uma palavra e outra. Perdi, nessa página quase em branco, as razões que me trouxeram até aqui. Me sinto um tanto quanto afásica (dou o nome que eu quiser à minha falta de capacidade de expressão simbólica).</span></em></div><div align="justify"><em><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"></span></em></div><div align="right"><strong><span style="font-family:courier new;">Cássia Fernandes.</span></strong></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-18671330571819073702009-03-29T23:00:00.000-07:002009-03-30T13:05:56.957-07:00Anonimato.<div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Em uma procura desesperada por respostas eu tento me encontrar em uma história qualquer. É por isso que escrevo, é para isso que eu vivo. E desfragmentando, em um ato alucinante, cada página que passa pelas minhas mãos, eu tento explicar minha real existência. Será que de fato eu existo, ou não passo de uma sombra seguindo os passos e rastros de um personagem secundário?<br />Vivendo e sobrevivendo de forma anônima, diante de protagonistas da vida, eu vou me perdendo na platéia de um espetáculo de sucesso e vitórias. E fico diante de um espelho quebrado pelo tempo e pelo medo na esperança iludida de poder decifrar minha face espantada por não ter expressão alguma. Então, caminho no meio de pessoas que enfeitam as grandes cidades e, entre um ou outro ato singelo, eu grito em silêncio em ouvidos surdos que passam por mim sem me notar.<br />E quando resolvo ter a covarde coragem de escrever minha história descubro que meu único instrumento, guardado em uma gaveta esquecida, é um lápis sem ponta. Por acreditar em destino e no acaso, resolvo – como desculpa – devolver o lápis a gaveta e continuar na mesmice de uma vida enganada por páginas esquecidas.<br />É quando resolvo olhar para o lado para ver a dimensão do meu mundo, que então eu percebo que não há nada além de uma cama coberta com um lençol manchado por um passado atrasado. De repente vem em minha cabeça confusa uma vontade ligeira de deitar e voltar a sonhar. Mas, como prefiro verdades a sonhos, dou as costas ao meu mundo criando um plano de me salvar.</em></span></div><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;font-size:130%;"></span></em></div><div align="right"><span style="font-family:Courier New;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-61574146921545988812009-02-23T10:39:00.000-08:002010-11-20T19:52:43.230-08:00Revelação.<div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Há alguns dias venho perdendo a vontade de escrever, de me revelar. Escrever é se revelar, por mais que você tente esconder sentimentos claros atrás de palavras sombrias e duras. Você se revela nas famosas e desastrosas entrelinhas. Escrever não é se revelar aos outros, é se revelar a si mesmo, é dar concretude e exteriorizar aquilo que lhe é interno. Minha intenção agora é me revelar pela última vez, mesmo sabendo que assim não será.<br />Nesse instante que insiste em se manter duradouro, eu me encontro confusa e angustiada. Não é simples. É complexo. Não entendo minha confusão e tampouco quero aceitá-la, mas fugir já não é a forma mais eficiente. É o não fugir que me angustia, ou talvez a falta de eficiência dele (viu só?! Confusão).<br />Fugir de quê? Fugir de quem? Fingir talvez...<br />Digo apenas que é um fugir de algo que atormenta minha alma a ponto de desviar meus passos e cegar meus olhos. E o confuso é isso, é não saber quais passos dar, qual caminho seguir e para onde olhar. A confusão é tanta, que nem a última saída - fechar os olhos - não resolve mais nada. A angustia é tamanha que nem há mais saliva em minha boca, nem som no meu grito, nem sangue no corte imaginário dos meus pulsos.<br />Hoje algumas pessoas, talvez amigas ou não, tentaram me desvendar, mas acabaram me desviando de um plano mal traçado de ir te encontrar. É você a resposta para minha angústia e confusão. Descobri isso agora, agora enquanto escrevo e me revelo. Te revelo também.<br />A verdade é que eu não queria falar em você, mas és parte interna de mim. Estas além das minhas mãos e beijos. Estás além das perguntas e alheia às respostas. São as respostas que me corroem, ou melhor, a falta delas... a falta das tuas respostas.<br />Logo estarei virando as costas junto com minha angústia e confusão e o que revelo agora é apenas o desejo implícito de ter uma resposta antes de eu voltar. Quero poder dar os passos certos até poder encontrar teu sorriso para beijá-lo novamente pela eterna última vez.</em></span></div><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;font-size:130%;color:#003300;"></span></em></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"> </div><div align="right"><span style="font-family:Courier New;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:Courier New;color:#000000;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-28627024224625795372009-02-23T07:45:00.000-08:002010-11-20T20:22:19.287-08:00A Despedida.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDuY6UVO4z_-jm6OgELf4Km1hayJlVdH1CJFc1rezf-Ucopo1LVFvdxiJ-SeLsbm3_z4VbSswXK7rfjJJ1bu2vPsPSwLoBwFehoXX_nSudnavRskJSiiYGWwhETjewzomfF4Z0meqd3XHJ/s1600-h/hu.bmp"><span style="color:#000000;"></span></a><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Já era tarde da noite, eu estava sentado comendo alguma coisa sem gosto e acariciando algo imaginário em cima de mesa. Foi quando senti algo que sussurrava em meus ouvidos revelando aos meus sentimentos que ela não estava sozinha. Levantei lentamente a cabeça, olhei para frente e me deparei com seu sorriso. Sua imagem era tão real que fez com que eu levasse minha mão ao seu rosto para sentir a espessura de sua pele. Havia uma linha tênue, entre o real e o imaginário, que nos separava. E todas as vezes que eu tentava atravessar a maldita linha, a imagem real dela desaparecia. Veio então, em uma consciência espantadora, a verdade dolorida de que eu logo a deixaria. Pensei então, como seria, e se haveria, alguma despedida estúpida coberta de palavras desesperadas que clamam por um beijo inexistente, ou se deixaríamos, entre uma estrada e outra, um silêncio arrependido e cruel de quem prometeu não falar mais sobre amor.<br />Deixei de lado o que eu estava comendo, levantei da cadeira, apaguei a luz e fiquei parado na escuridão na esperança infeliz de que ela se tornasse real e não me deixasse fechar a porta. Ela havia me abandonado e eu agora me encontrava penosamente sozinho e cego. Em uma súbita coragem estranha eu movi minhas pernas na direção da luz e em uma gana desesperada minhas lágrimas começaram a lavar meu rosto misturando o que havia de doce e amargo em mim. Senti que seria para sempre assim: alucinação, escuro, solidão e lágrimas.<br />Cansado da dor, suportavelmente cruel, que atingia sem pesar a minha alma fria, procurei, entre sombras e fantasmas, o abraço da minha cama. Senti a maciez pesada do colchão e deitei como se nunca mais fosse levantar. Não fechei os olhos, deixei-os firme no teto como se ele fosse uma tela de cinema que projetava cenas da minha vida. E ali estava ela, sorrindo e iluminando as trevas da minha noite. Eu não conseguia mais fugir, eu não conseguia mais deixá-la, mas já era hora de eu me despedir. Fechei os olhos e não quis sonhar.</em></span><span style="font-family:courier new;"><em></em><span style="font-size:130%;color:#003300;"> </span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;"><span style="font-size:130%;color:#003300;"></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;"><span style="font-size:130%;color:#003300;"></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;"><span style="font-size:130%;color:#003300;"><span style="font-size:100%;"></span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;"><span style="font-size:130%;color:#003300;"><span style="font-size:100%;"></span></span></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;"><span style="font-size:130%;color:#003300;"><br /> </div></span><div align="right"><br /></span><span style="font-size:85%;"><strong><span style="font-size:100%;"><span style="color:#000000;">Cássia Fernandes.</span><br /></span></div></strong></span>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-75018219814924382372009-02-18T10:45:00.000-08:002010-11-20T19:53:29.286-08:00Um Texto Inacabado.<div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Em meio a sorrisos e risos, aparentemente sem motivo algum, eu ando pelas ruas um pouco perdido. Deixo claro que, se ando, é na esperança de encontrá-la ou de encontrar seus passos marcados em uma estrada que não é a minha. Ontem a encontrei e, sem poder explicar agora em palavras, eu senti algo esquisito. Talvez fosse uma mistura de euforia e medo, talvez receio e desejo... Não sei.<br />De repente ouço sua voz – doce e viciante - chamando por um nome que não era o meu, e então ela veio para perto, e mais perto eu a queria, e mais perto eu a quero, e a espero (alucinação). E fico, numa insistência desorientada, me perguntando, em meio a um delírio racional, se o que ela me dá não é apenas uma esperança passageira e platônica. Deixando minha emoção dominar meus sentidos, eu a puxo para mim numa força descontrolada de mãos que loucamente a apertam. Voam de mim, e saem de dela, palavras, imaturas pelo tempo, que provocam sentimentos até então disfarçados por beijos e abraços não dados. Sinto seu toque, seu cheiro, me entorpeço e, entorpecido, falo o que não devo.<br />Quero para sempre brincar de pegar e fugir dela, quero para sempre sentir suas mãos passando nos meus cabelos e ver seu sorriso atingindo o meu. E mesmo que tudo não passe apenas de uma vontade retida e solta, uma vez ou outra eu vou pensar nela. E em alguma das minhas esperas atordoadas ela não virará novamente as costas...</em></span><br /></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"> </div><div align="right"><span style="font-family:courier new;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-42726941851237428292009-02-14T06:59:00.000-08:002010-11-20T19:53:34.939-08:00Pensaria em Você.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgs5oRzJ4r3e4MS94IbQ4WKAzMaa5leEmp1ic2Ep2XGpUseVSM2lCrx92LoV0vsrfpbS6PtH_y1qigN3PpXRxljeuMDx4y6_A_64cTtUkM7VSgZKnkvEw0dgMxT0k7riAUK1AA9XA-H7Qzl/s1600-h/Saudade.jpg"></a><span style="color:#000000;"><em><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;">A encontrei em um dia qualquer em um lugar qualquer de uma cidade cujo nome não importa. Eu estava timidamente atirado em um banco de duas patas sob árvores sem sombras. Era noite e a lua nos observava. Ela sutilmente, com seus cabelos dançantes, correu até onde eu estava, mas não por minha causa - nós nem nos conhecíamos -. Dei risos e risos por dentro, em uma felicidade estranha, por eu não estar sozinho. Ela em seus movimentos esparsos no compasso de um tempo que voa, paralisou por um instante invisível, a hora que passava. Me detive em seu sorriso, não era um sorriso largo nem vazio, nem tímido e exagerado. Era uma mistura de choro em riso sem ruído nenhum. Junto com o encanto de seu sorriso havia a maldição do seu olhar. O olhar que chama e é chama que queima e que gela... Congela ação, palavra e memória. Esqueci de tudo que me constituía e que determinava minhas atuais ações desesperadas. Só havia eu e ela, e o resto que não importava. De repente veio a sua voz, não para mim, mas veio a sua voz... Dizia coisas futilmente carregadas de sentidos vazios que preenchiam minha alma indolor. E então minhas mãos começaram a extravasar a ansiedade dos meus braços sem abraços.<br />Depois desse curto longo tempo de delírio real eu consegui responder ao que ela dizia. Dei um ‘oi’ um tanto quanto mudo coberto com um tímido amor puramente sem interesse algum. E ali ficamos por algumas horas ligeiras, eu e ela e mais alguém. Era esse ‘mais alguém’ que recebia o sorriso dela, o olhar dela, as palavras dela... Eu era um simples espectador de um filme sem história contagiante. Fiquei ali, e ficaria até hoje se o tempo não passasse e outras coisas não existissem. E ficaria ali se ela ainda estivesse...<br />Uma vez ou outra voltamos para lá e por alguns instantes o sorriso e o olhar dela são para mim, às vezes até as palavras e as suas mãos... E por todos os instantes o meu sorriso, meu olhar, minhas palavras e minhas mãos são dela. Mas todos os momentos chegam ao fim, e em todas as despedidas, disfarçadamente choradas, ela vira as costas e não olha para trás... Eu apenas espero seu corpo virar a esquina, ou sumir na neblina, para ter a certeza de que ela não voltará correndo para mim (minha única fantasia). E um dia, se ela me perguntar sobre o amor, eu direi: - “Se eu fosse pensar no amor pensaria em você”.</span></em> </span></div><span style="color:#000000;"><div align="justify"> </div></span><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;color:#000000;"></span></em></div><br /><br /><div align="right"><span style="font-family:Courier New;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-40341262156180803362009-02-14T06:56:00.000-08:002010-11-20T19:53:43.656-08:00Saudade.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgm_3RvMJpr4O5CqwoMhhjY2Xvj1D9rukRKhcIWt0U-uFznse2lrVa19NNkj-gjJ_66R7l5PdcFhsX_pVI4xCaP6CU7W74ia-T8B4iQVNwVWtMrAWXmUOZ4ZH_pvyFr9-5DVQybnd6eulJy/s1600-h/sem+título.bmp"></a><span style="color:#000000;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:courier new;color:#003300;"><em>Eu estive pensando e, em uma clareza das lembranças e da minha razão, eu me deixei admitir que sinto sua falta. Não uma falta simplória e superficial, mas uma falta que vem de dentro e deixa um vazio pesado como uma consciência sem limites. É por isso que resolvi voltar a escrever agora, nunca escrevi por você, nunca estivesse viva em minhas palavras, agora será impossível fingir que não houve nada entre nós. Eu poderia tentar reviver minhas memórias e sentir novamente o seu cheiro, seu olhar, seus beijos... Seria praticamente – e pateticamente - um ato suicida de alguém covarde e banal. Mas não há como mascarar minha face sem pele destruída pela ação do curto (nosso) tempo. Se eu pudesse, não deixaria você destruir meu caminho desenhado como uma estrada na areia de um lugar de ninguém. Se eu pudesse te puxaria pelo braço e faria você balançar comigo nessa minha vida incerta e coberta por fugas. Mas te deixei sozinha e não te segurei quando me enlaçasse em seu abraço apertado de desespero e de pedidos mudos. Despedidas imundas. Beijos que gritam. Carinhos renegados. Quem é você? Quem sou eu?Não soubemos brincar na seriedade que nos atingia e seriamente saímos de uma falsa brincadeira que alucina. Rápido demais! Passos rápidos, abraços rápidos... Rapidamente desviei do seu caminho e encontrei meu rumo de volta para casa. E segui em frente sozinho novamente com as velhas lembranças imprudentes e as mesmas trilhas sonoras de um disco quadrado (quebrado) por uma segurança infiel. Não cabe mais nada, nem amores, nem promessas, mentiras e muito menos verdades. Nosso canto sem paredes (transparente porque nada existe) continua parado naquele mesmo lugar debaixo da nossa chuva. Hoje eu estive lá e pisei na lembrança de um beijo arrependido na falsa ilusão de que tudo se diluísse quando eu desse as costas.</em></span> </span></span></div><p><span style="color:#000000;"><span style="font-size:130%;"></span></span></p><p> </p><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;"></span></em></div><div align="justify"></div><div align="right"><span style="font-family:Courier New;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-22491169750032669742009-01-22T08:49:00.000-08:002009-03-30T13:09:17.385-07:00A Liberdade Esperada.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgP58xVlNNPQiV6D7Hp5OrV9gBOA3eDbwBRSJjnrbAQXnJpNmUWmtI1HG5Ag74SmGz82u_1dCVOxt5R7zpOTrZrd0HrAQSVIUogyERQPfc6RLuhyAuyjKKAABfQhZX0dK4NSoqF5EUrunRS/s1600-h/sem+título.bmp"></a><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Eu desejei, do fundo da minha alma, que aquela fosse a última vez que eu a veria olhando para as estrelas. Não sei realmente se olhou para as estrelas, ou para a luz do céu, na tentativa de disfarçar, ou provar, que não havia lágrimas em seus olhos.<br />‘É isso’, disse eu na simplória intenção de fazê-la notar que eu sabia décor as suas frases que finalizavam qualquer diálogo. Ela então me olhou, sorriu e disse: ‘É isso’. Rapidamente lembrei de uma música, a mesma música que eu citei quando ela estava deitada ao meu lado, com o rosto virado para o meu e com sorriso nos olhos. Que se dane a música, que se dane cada lembrança, cada palavra, cada beijo. Nada mais importa e tudo se diluiu em um piscar de olhos quando, em um ato infantil, ela disse coisas que nunca deveria ter dito.<br />Eu também disse coisas que nunca deveria ter dito, é sempre assim, as palavras soam, voam e pairam aonde não devem, tocam e ferem. Ferem tanto porque fazem relembrar de um tempo perdido no vazio do peito e reencontrado na chuva dos olhos. Ela me fazia reviver cada passo torto que um dia eu dei e reconstruir na minha frente a cena de uma filme de terror. Por que isso tinha que acontecer? Sei apenas que, por causa da dor tamanha que eu senti naquele momento, eu a fiz chorar também, mas não por dentro... eu precisava de algo concreto dessa vez. Então ela disse:<br />- Tu não tinha o direito! Nunca mais diga o que você disse.<br />Claro que eu pedi desculpa, mas foi uma desculpa simplória, uma desculpa orgulhosa e mal intencionada. Me fez bem a ver chorar (essa é a maior mentira). E nunca ninguém vai entender.<br />Fui para casa com o cheiro dela em minhas mãos e, não contente com isso, o enrolei em meu pescoço. Me sufoquei e, sem pensar, eu o arranquei de mim. Eu estava me libertando de todas as mentiras e esperanças, de todo o amor e dissabor. Me sentia com a liberdade de uma borboleta que voa e volta e vive e morre. Joguei o cheiro dela em um canto qualquer, sempre jogo tudo o que não quero, ou as coisas das quais canso, em um canto qualquer da minha vida banal. Virei as costas e fui deitar. Minha cama nunca esteve tão quente e aconchegante, senti que ela sabia que era disso que eu precisava. Me senti abraçada pelos meus lençóis, fechei meus olhos e pela primeira vez não sonhei com ela. Quando acordei não pensei nela. Saí do meu casulo e, com asas coloridas, voei de volta para a minha vida solitária e tranqüila. Descobri que eu não amava.</em></span> </div><div align="justify"> </div><div align="justify"><br />ps: Para A.M<br /></div><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;"></span></em></div><div align="justify"><br /></div><div align="right"><span style="font-family:Courier New;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-65459187165748720082009-01-22T08:36:00.000-08:002009-03-30T13:25:17.499-07:00Dentro de Nós.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG6wXvfGPteRiLGY1DUjngnRjcq2iKNAPS6XU_mo2nbYPlxZUH3soZYHJVNvk7fRMk2Ntj5JMzkTKn-gA2WQCVkG4AbMfuFKdD3osLOauvoz7f2PuYDMDVrkhKLR6f1QeGfM6jReOtb0NI/s1600-h/maos.jpg"></a><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>- 'Está escuro aqui. Está escuro e estou sozinho'.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Ele tinha razão, realmente estava escuro, mas não estava sozinho, eu sempre estive com ele. Será que adiantaria eu revelar que a escuridão está presente em todos os lugares? Será que eu o confortaria lhe dizendo que eu também me sentia sozinho? Achei melhor calar minhas palavras e meus pensamentos e sentei ao seu lado, segurei sua mão e ele repetiu:</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>- 'Está escuro aqui'.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Esqueceu de dizer que estava sozinho. Foi então que percebi que era de minha mão que ele precisava. Foi então que senti que era da mão dele que eu precisava. Tarde demais. Sempre é tarde, nunca dissemos as coisas certas nas horas certas e quando pensamos em mover os lábios já é tarde demais. Eu queria que ele soubesse quem eu era agora, queria lhe contar as minhas vitórias e os meus fracassos, meus amores e desamores; queria que ele entendesse e que não sentisse que eu era um estranho. É engraçado, mas pensando bem, acho que os nossos pais são as pessoas que menos nos conhecem. Ele sabia qual era meu esporte favorito, mas não sabia o porquê, não sabia o que eu sentia quando o praticava. Nunca soube qual foi a mulher que mais amei, não soube quantas vezes eu chorei. E agora ele estava ali, do meu lado, apertando minha mão e balbuciando a escuridão. Não ouviria qualquer palavra que eu dissesse, então eu movia minha mão com a intenção de escrever em sua pele tudo o que eu sabia sobre mim. Mais uma vez ele disse:</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>- 'Está escuro aqui'.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Foi então quando tomei coragem e fechei meus olhos. Mergulhei na escuridão que havia dentro de mim. Rapidamente abri os olhos e pensei: ‘É escuro dentro de mim’. Senti medo, nada mais do que medo, mas dessa vez eu não chorei. Como em um lapso de consciência, eu esqueci quem eu era. Esqueci meu nome, meus gostos, esqueci tudo aquilo que fazia parte da minha armadura. Foi então quando me dei conta de que nem mesmo eu me conhecia. Eu também estava sozinho.Deitado, naquela cama imunda de hospital, meu pai soltou minha mão, apontou para o peito, olhou em meus olhos e disse:</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>- 'É escuro aqui dentro'.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Então eu disse:</em></span></div><div align="justify"><span style="color:#003300;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:courier new;"><em>- 'Não se preocupe pai, aqui também é'.</em></span><br /></span></span></div><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;font-size:130%;color:#003300;"></span></em></div><br />ps: Para A.M<br /><div align="right"><span style="font-family:Courier New;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-22670886345860361252009-01-21T05:36:00.000-08:002009-03-30T13:19:33.724-07:00A Lua Cheia.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOPJE8xC09L1E-jUUnKxvI7I5vyd4Aue-nZSL8g3N8EMwT2N68wtzkXV6owmwkukbLXyA4Cd3-XUjzirgOQzFhnVceyXE9te_JGgK6hWVcB7YGbqKIj3rHwS2oKrdIuGMr74wH0tnK2Enr/s1600-h/LUA-CHEIA.jpg"></a><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>A lua cheia – de sonhos – olhava-os de canto e iluminava o céu com a sutiliza de quem ama. Eles estavam sentados, um de frente para o outro, tentando decifrar a voz calada de cada um. Apenas os olhos diziam coisas. Olhos inconstantes os dela, diziam que amava depois que não queria, depois que desejava, depois que fugia. Ele seguia firme com seu olhar, uma vez ou outra buscava incansavelmente os lábios que desejava... Estavam ali, bem em sua frente, esperava apenas um sinal para avançar e saciar sua sede.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>- ‘Está lindo o céu’. Disse ela, olhando para cima.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>- ‘Sim, muito lindo’. Confirmou ele, olhando para ela.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Ela não conseguia entender que a força da beleza do céu só fazia aumentar o amor que ele sentia. Na verdade ela entendia sim. Ela sempre soube que ele nunca olhava para as estrelas quando ela fazia isso. Ela sabia que ele não tirava os olhos dela enquanto ela adorava o céu. Era essa a sua maldosa intenção. </em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>- ‘Por que ela não me deixa?’, pensava atordoado. ‘Por que ela não me quer?’.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Então a lua fechou os olhos e ela lhe ofereceu os lábios. Ele os beijou delicadamente, tentando gravar em sua memória cada movimento que a boca dela fazia. Enquanto a beijava, sentia seu cheiro, sua pele, sua alma. Segurou-a e suas mãos diziam apenas que ela não fosse embora novamente. Ela foi. Ela sempre ia, ia para outros lábios, outras mãos, para outras estrelas. Bastava o que ela tinha para lhe dar, bastava um beijo ou outro, uma palavra ou outra. </em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>- ‘As pessoas sempre voltam’, dizia ele.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>- ‘Nem todas’, respondia ela.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Então por meio segundo ele perdia as esperanças. Todas as milhares de esperanças roubadas se escondiam dele, e as encontrava tão rápido a ponto de repetir mais uma vez a mesma frase e ouvir novamente a mesma resposta. Burrice tola a dele, se ao menos conseguisse ouvir o que a lua tentava desesperadamente lhe dizer. Sim, eu sei que lua não fala, mas quando a questão é o amor tudo que é impossível se torna provável.Ele nunca disse que a amava, não por falta de coragem ou de certeza, mas por falta de alguma coisa que destruía cada fragmento de sua alma, por falta dela. Então fechava os olhos, permitia que a lua se fizesse presente, e sonhava com ela. Apenas sonhos de lembranças tatuadas em seus lábios. Depois, apenas tatuagens das lembranças de seus sonhos.</em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>- ‘Quero mais uma vez respirar’, dizia ele para si mesmo. O</em></span></div><div align="justify"><span style="color:#003300;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:courier new;"><em>que o mantinha vivo era o oxigênio dos beijos dela, não foram muitos – bem pelo contrário -, mas eram suficientes. Então ele partia até onde ela estava para, em uma busca incansável, ter aquilo que ela lhe negava.</em></span> </span></span></div><p align="left"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"></span> </p><p align="left"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">ps: Para A.M</span></p><p align="right"><span style="font-family:Courier New;font-size:85%;color:#000000;"><strong><span style="font-size:100%;">Cássia Fernandes</span>.</strong></span></p>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-35701107059125881072009-01-10T10:21:00.000-08:002009-03-30T13:11:10.960-07:00Minha Primeira Culpa.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4MCSwY3lexRz-z76XBqEynUKcBqEZ5OqteNfSOL9fqnIqr3kTkqFwTCHQKjf7LEtz59GQ96mqNp_Swj-nJDqMN5cy_dWkUAG0qg3H3p4LcESdE3e4hru9AWfocm-r_lN5E-HR1E4PoWBf/s1600-h/carta2.jpg"></a><span style="color:#003300;"><span style="font-size:130%;"><em><span style="font-family:courier new;">Havia uma carta esquecida na gaveta que ela estava limpando. Pegou-a, abriu o envelope amarelado e se preparou para ler algo que estava dentro de si. Chega a ser absurdo pensar que todos os seres humanos gostam de reviver o que já passou. Sou assim também, infelizmente. Mas voltemos aos fatos. Quando ela abriu a carta e sentiu a textura espessa da folha do papel, não pensou duas vezes e aproximou a carta ao seu rosto e a cheirou de forma a respirar todas as lembranças - pude ver as letras entrando pelo seu nariz. Ficou entorpecida, dobrou a folha de papel, colocou no envelope e a devolveu a gaveta. Não precisava ler, sabia décor cada palavra, lembrava do traçado das letras e da cor da caneta, precisava apenas respirar.<br />Tive vontade de perguntar sobre do que se tratava a carta, mas como eu era uma criança ingênua encaixada dentro do corpo da minha idade eu não seria ouvida. Era como se eu não estivesse ali, como se eu não fosse testemunha dos seus gestos e das suas expressões. Admito que eu não havia entendido nada, mas eu quis repetir aquela cena e, mais do que nunca, desejei ter uma carta em minha gaveta. Foi o que fiz. Eu mesmo fiz meu envelope, “escrevi” a minha carta e a guardei na minha gaveta. Deixei-a guardada durante seis dias – mais tempo era demais para minha infantil impaciência – para que ela também ficasse amarelada. Não ficou. Abri a gaveta fingindo limpá-la, com admiração e cuidado peguei o envelope quase branco, toquei na folha rabiscada, a aproximei do meu rosto e a cheirei. Não senti nada. Foi a minha maior decepção durante dias.<br />Hoje lembrando – porque como eu disse, também gosto de reviver o passado – entendo o porquê que não encontrei sentido naquela carta vazia daquela gaveta vazia. Primeiro porque não havia nada escrito na carta – eu não sabia escrever ainda -; segundo porque não se tratava de lembranças e, por último, porque não era uma carta de amor. Sim, a carta dela era uma carta de amor. Foi fácil saber disso, estava evidente naquela cena, estampado em cada movimento. Não, na verdade na época eu não sabia interpretar esse tipo de coisa, não sabia interpretar nada, tampouco sabia ler. Roubei a carta para mim, claro que a falta dela foi notada, desesperadamente notada, sentida, chorada... Eu não ia devolvê-la até conseguir lê-la. Ela voltou para a gaveta três anos depois, borrada de lágrimas inventadas e amassadas por mãos incrédulas. Voltou só para a gaveta, pois a falta do amor escrito e do oxigênio das letras daquela folha tirou a vida da destinatária.</span></em><br /></span></span></div><div align="justify"></div><br /><br /><div align="right"><span style="font-family:courier new;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-22540057204133102552009-01-10T10:12:00.000-08:002009-03-30T13:13:48.034-07:00Contentação.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYtR2LDiL8nrZ2DKfZ9hJPgWNNiMA8hRbWB9l-rB5YUZcc30W4urqrgaAK4n_sVxjsK4ag3YrNG7QCtIlp6k4-dIKNi8z93OUGJTL-refPWIJUnYJs3F_oDc8apIy0MKkSORPavN3Yv4-8/s1600-h/caminhos.jpg"></a><span style="color:#003300;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:courier new;"><em>Não há nada mais que eu saiba fazer além de pensar e sonhar contigo. Mas que importa o que eu faça ou o que eu diga?! Tu não está aqui, e mesmo perto estará sempre distante. E é por essa distância que eu fui covarde e tentei te esquecer... Andei pelas estradas mais longas porque sabia que não haviam seus passos, me molhei nos mares mais salgados, e doces também, para tirar dos meus lábios o gosto do seu beijo. E beijei outras pessoas tentando encontrar nelas algo que não há em ti, ilusão. Olhei as paisagens mais lindas a fim de apagar a sua imagem do meu olhar.<br /><br />Mas percebi que nem o sol tem mais luz que seu sorriso, que nem a areia tem mais movimento que suas mãos, que nem o mar tem a textura de seus cabelos. É impossível te esquecer. Dançarei todas as músicas e errarei todos os passos. Andarei por todas as ruas e perderei o caminho porque eu não sei o que realmente quero contigo. Não sei se poderia te dar tudo o que precisas e nem se eu poderia te fazer feliz. Não sei quais loucuras eu seria capaz de fazer e não consigo pensar em um futuro para nós dois. Mas é essa incerteza que me envolve e me tira do chão. É essa incerteza que me deixa segura e me dá forças para caminhar até onde tu estas, todas as vezes que permites.<br /><br />Sei que nunca me amará como desejo, sei que sempre perdoarei suas falhas e aceitarei suas idas e vindas.Sei que sempre haverá outra pessoa em seus pensamentos e que seu carinho não será para mim. Sei que nunca cairá de seus olhos uma lágrima qualquer por mim e que não haverá paixão em seus beijos. Vou seguir vivendo e sobrevivendo como sempre fiz, com ou sem ti, me amando ou não. E nesse meu caminho de pedras em brasa eu continuarei andando.</em></span><br /></span></span></div><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;font-size:130%;color:#003300;"></span></em></div><br /><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;font-size:130%;color:#003300;"></span></em></div> ps: Para A.M<br /><div align="right"><span style="font-family:Courier New;font-size:85%;"><strong><span style="font-size:100%;">Cássia Fernandes</span>.</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-85495606210325699782009-01-10T10:08:00.000-08:002009-03-30T13:18:26.346-07:00Assim como eu.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH9T7hybIq4MTCwXO1A21Wel7A4ka3nPPUgMYVAxSEerVfqpBOIJDaPnwwU98omzDnwdd7j92MFAMf1bSjMLf3abUe_QiThfkBOlOQWk-iWxRKZ5dORLJ7er2YXnJEWH7eLlNEy_7vK-Zv/s1600-h/vermelha.bmp"></a><span style="color:#003300;"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;"><em>Ela abre uma página qualquer de um livro sem capa e sem cheiro. Folheia até encontrar uma página especial, não uma que diga alguma coisa, alguma frase bonita, não. Folheia até encontrar uma página que guarda algo, uma história, uma flor mortalmente seca. As pétalas não possuem mais o vermelho que tinha quando ela a ganhou, agora é mais escura, mais triste... A flor está como ela está. Garota sem cor, garota sem vida, guardada dentro de um livro qualquer sem história alguma.<br /><br />Ela chora quando toca a flor sem alma, e a flor também chora quando é tocada. Chorar é coisa normal de quem tem dor, de quem tem fome, de quem não tem nada. Ela diz que não tem nada e a flor imóvel aceita suas palavras, assim como aceitou as palavras do livro que a guarda, que a prende, que não a deixa respirar. A garota diz para a flor que quem respira pode ter muitas ações, quem respira pode gritar, pode andar, pode correr, pode ir embora, e explica que é por isso que prefere a deixar dentro do livro não lido... para que não respire. Não respirar paralisa o tempo no instante do último suspiro. O último suspiro pode significar o final de uma história, é por isso que a garota prendeu o suspiro, para prender a história.<br /><br />Ela não sabe me dizer o que sente todas as vezes que procura a flor dentro do livro, ela não sabe me dizer no que pensa quando encontra aquelas minúsculas pétalas vermelhas. Mas a verdade é que eu sei o que ela sente e pensa. Quando alguém sente saudade e pensa em outra pessoa a gente sempre sabe. Não é preciso ouvir as palavras da boca dela, nem tampouco ler as palavras do livro que guarda uma vida arrancada, é só olhar as palavras dos olhos dela e notar as palavras dos seus gestos. É saudade o que sente, uma saudade vermelha, uma saudade viva que misturada com o medo se transforma em pétalas escuras e tristes. É assim a flor, assim é ela. Assim sou eu.</em></span><br /></span></div><div align="justify"><span style="color:#003300;"></span> </div><div align="justify"><span style="color:#003300;"></span> </div><div align="justify"><span style="color:#003300;">ps: Para A.M<br /></div></span><div align="justify"><em><span style="font-family:Courier New;"></span></em></div><div align="right"><span style="font-family:Courier New;"><strong>Cássia Fernandes</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-17129272814180248872009-01-10T10:00:00.000-08:002009-03-30T13:15:55.092-07:00O Sol Evidente.<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnJAyWl1LFUyr6o4KqjqrMf1nyf4B1k_MjWERKhSbwHT61CLNriC9mqwlwBGETDzyNgP0bVBAXN8DZfjDmqIU2z9fE5HIzEVye-WX9nW-R48QPuvQFwu4RbSiq7oFHM2ZHeOqMu_pA1uPa/s1600-h/DSC03330.JPG"><span style="font-family:courier new;"></span></a><div align="justify"><em><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;">Você já namorou o sol do Uruguay? Creio eu que não... Vou te dizer apenas uma coisa: Esse sol está me ajudando a te esquecer. Todos os dias me desperto de um maldito sonho qualquer com você e fujo para a praia. E então percebo que não sei mais nada de mim, que não sei mais nada de você. Mas que importa saber de alguma coisa? Não ser sábio, aqui, é a maior forma de inteligência. Não ser sábio é não precisar fugir.<br /><br />Fico, então, sentado em um banco qualquer esperando as pessoas diluirem no tempo e ficar a sós com o sorriso do mar, com os olhos do céu e com os cabelos do sol. A areia canta e dança para mim, o vento me abraça e tudo me conforta. Fico aqui sem pensamentos, pensamentos são você, logo fico sem você. É perfeito não sentir coisa alguma no coração, é perfeito não sentir vontade de escrever. Acendo meu cigarro, sei que não faço isso nunca, mas aqui as coisas são uma excessão, não há ninguém cuidando o que você faz, então você faz.<br /><br />As pessoas aqui são especialmente feias e belas ao mesmo tempo, todas são iguais no modo de vestir e de falar e de andar... Será que são iguais no modo de sentir? Se eu tentar falar sobre meus amores desastrosos será que vão me entender? Acho que é melhor ficar sentado aqui e continuar calado com esse fedorento cigarro entre os beiços.<br /><br />Que coisa mais horrenda essa mulher que passa agora, tanto que me engasgo com a fumaça e cuspo ao chão, ela nem percebe... Deve estar acostumada com esse tipo de reação. Reação? Fazia tempo que eu não reagia de forma alguma... Nunca reagi às suas respostas negativas, nunca reagi a sua renuncia por meus sentimentos. Que se dane a reação!<br /><br />Detesto cigarros simplesmente pelo fato de que sempre me queimo com eles, mas não há lixeira aqui perto. Que país imundo esse; imundo, mas belo; belo, mas não meu. Por não ser meu fico sem coragem de jogar essa merda de cigarro no chão. O melhor a fazer é caminhar, e assim tentar esquecer, esquecer o cigarro... Pois você eu já esqueci.<br /><br />Que bosta esse sol que me queima. </span></em></div><em><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"></span></em><br /><p align="left"><span style="font-family:courier new;color:#000000;">ps: Para A.M</span></p><p align="right"><span style="font-family:courier new;color:#000000;"><strong>Cássia Fernandes.</strong></span> </p>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-67452154692034331252008-10-03T07:52:00.000-07:002009-06-03T17:11:24.134-07:00IV. A Morte. (A Espera)<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF-2pV4SKkT0TqYxDdEOAjWBB0-HlPLJSUEIzSzvoKjs-ROIiUELSorzwPMkeMJbGOh94QeQgyafS19ocE3qbVL1Leihtd6t4cL4inbFNNpySQRVHct3Y0hbR1aiVvB57hJQvF1xp_upKM/s1600-h/Sem+t%C3%83%C2%ADtulo.jpg"></a><span style="color: rgb(0, 51, 0); font-family: courier new;font-family:courier new;font-size:85%;" ><em>Estou com medo. Sim, medo! Lembrar das coisas me causa medo... Mas dessa vez eu não vou fugir... Quando se está só as lembranças sempre vêm. Prefiro lembranças a sonhos... O que são sonhos? Ora, sonhos são o que causa dor. Lembranças me causam dor, mas os sonhos ainda mais. Passei minha vida inteira sonhando... Ainda escreverei sobre meus sonhos. Mas não agora.</em></span><span style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;font-size:85%;" ><span style="color: rgb(0, 51, 0);"><br /></span></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><br /><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">Hoje é um dia especial para mim. Faço mais um ano de vida, mas não é especial por isso. É especial porque estou mais perto da morte. Abstrato falar da morte não é mesmo?! Não. Para mim não é. Como eu já disse, sempre vivi morrendo. A presença da morte em minha vida era... Não. Ela ainda é. Enfim...</span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><br /><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">Foi há anos atrás que descobri minha doença, aquela terminal que nunca termina... Falarei sobre ela mais tarde. Agora me deterei na minha reação, ação, inação. </span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><em><br /><span style="color: rgb(0, 51, 0);">Quando descobri foi...foi... Na verdade nem sei como foi, nem sei o que senti, nem sei o que pensei. Não pensei nada, não senti nada, não falei nada... Olhei para o nada, ou melhor, olhei para dentro de mim. Não foi difícil pra mim saber que morreria, afinal isso eu sempre soube. Mas pensar que eu podia morrer a qualquer hora... me aterrorizava. </span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><br /><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">Então passei a agarrar tudo o que eu tinha, passei a fazer tudo o que eu nunca tinha feito, passei a falar tudo para todos. Eu não sabia quando minhas palavras poderiam ser as últimas. Eu dormia com a morte e acordava com ela. Eu acordava... </span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><br /><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">Os anos foram passando e a presença dela não mais me abalava, eu a sentia imóvel. Mudei... Mas sempre esperando a ação dela... Parei de falar tudo a todos, parei de fazer o que eu não tinha feito ainda, parei de me prender. A morte não agia... </span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><br /><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">É por isso que estou onde estou, e vivo como vivo. E hoje, nesse dia especial, além do mar, do fogo e do vento, tenho a morte como companheira. Não temo a morte.</span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><br /><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">Acendo meu cigarro... tem gosto de... de morte.</span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><br /></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">Ela está próxima.</span></em></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"></span></div><div align="justify"><br /></div><div align="right"><span style="color: rgb(0, 0, 0);font-size:85%;" ><strong>Cássia Fernandes</strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-64340977928913119132008-10-02T06:24:00.000-07:002009-06-03T17:10:46.087-07:00III. O Sol. (A Espera)<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir8KNc5fAZudjbtbrGxDcYv09wYiyIYahRdjwvEjdlzOg8Gf7cj_paCHZMJ3K6_TAFIVAvibg_VWVIpmZhB8p6-1ni3nLpX1_6drK8CJqq6o-CsLjXxeDVBYxG0AS1Ctw2Q-hCOU7hKaag/s1600-h/1443069.jpg"></a><span style="color: rgb(0, 51, 0); font-family: courier new;font-family:courier new;font-size:85%;" ><em>Estou sentada agora na frente da janela de minha sala olhando o nascer do sol. Aprendi a ver beleza em todas as coisas... Não que o sol não seja belo, mas ele é fogo. Encontro a beleza do fogo junto com a beleza do mar. O fogo sai do mar. E o fogo não se apaga. Eu vejo o sol nascer todos os dias. O sol é meu tempo, é meu relógio. O sol me faz lembrar...</em></span><span style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);font-family:courier new;font-size:85%;" ><span style="color: rgb(0, 51, 0);"><br /></span></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><br /><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">Eu tinha 6 anos e não era uma criança como as outras. Meu pai havia nos abandonado, eu e minha mãe. Ela dizia que o amava, mas que ele não a queria mais. A partida dele não era culpa dela. Era culpa minha. Eu sentia que ele queria que eu fosse ela, ele me tomava como a ela. Eu nunca entendi, fui entender mais tarde. Bem mais tarde... </span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><em><br /></em></span></div><span style="font-size:85%;"><em style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);"></em></span><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><em></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">E mais tarde, quando eu entendi, passei a me odiar e a odiar minha mãe por amá-lo. Era meu pai, o homem que não me queria como filha. Eu era uma criança. Os carinhos que me dava não eram os carinhos que devia me dar. Eram carinhos sujos, sujos apenas porque eram para mim. É por isso que prefiro que minha vida seja como as paredes que me cercam. Branca. Não gosto de lembrar, mas é apenas o que me resta fazer. Prometi que eu nunca escreveria sobre isso. Tarde demais.</span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><br /><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">O sol já saiu por inteiro do ventre do mar. Acabou o espetáculo. Levanto e vou saldar a mãe. As ondas insistem em brincar, dessa vez eu não fujo. Morar de frente pro mar não foi uma escolha, foi uma necessidade. A solidão me leva ao mar. O mar fala comigo, eu falo com o mar... sem falar, pois não tenho ruídos.<br /><br />É por não ter ruídos que escrevo. </span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="color: rgb(0, 51, 0);font-size:85%;" ><br /></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">Desisto do mar, volto para casa, acendo o fogo na lareira e sento na minha cadeira tão velha quanto eu. Agora é eu, o fogo e o mar, dessa vez o mar não sou eu, estamos afastados pelos vidros da minha janela. Fecho os olhos.</span></em></span></div><div style="font-family: courier new; color: rgb(0, 51, 0);" align="justify"><span style="font-size:85%;"><br /><em><span style="color: rgb(0, 51, 0);">Dói lembrar.</span></em></span></div><br /><br /><div align="right"><span style="font-size:85%;"><strong><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Cássia Fernandes.</span></strong></span></div>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-17872187489892562872008-10-01T19:39:00.000-07:002009-03-30T13:16:59.178-07:00II. O Vento e o Branco. (A Espera)<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2ReFaBzovREqvsGVNSHJKg0PLrDBiTB3WFdjROEE4A5nD2SEVmaxDKKgSmRv_fvShDmxMNe7a4G05YvKgBEn7hv1_kcxlFe1x5_UJmkSS8_X30qw7uT8pnhxJcBlm93ZNLk1rO8HTokDT/s1600-h/12970.jpg"></a><span style="font-size:130%;"><span style="color:#003300;"><em><span style="font-family:courier new;">A areia úmida da praia me conforta. Meus passos ficam marcados. O vento vem como um companheiro a me rodear, me envolve, me abraça. Sinto falta de abraços, mas não quero escrever sobre isso. Abraços, laços, me prendo, meu medo... Sempre tive medo de me prender a alguma coisa, nunca deixei nada me envolver, hoje o vento me envolve... só tem ele...<br /><br />Vivo em um lugar distante de tudo. Tudo é distante de mim, menos o mar, e o fogo, e o vento... Eu não sou nada, não tenho nada. Penso se a idade não afeta meu controle, penso se não é ela a culpada pelo meu emudecimento. A idade me calaria? Tento sim colocar a culpa nos meus 63 anos, mas sei que, se não tenho voz, é porque não tenho ninguém que me ouça.<br /><br />Hoje meu dia está sendo como ontem, exceto pela chuva. Sim, chuva! Adoro a chuva, o choro... chuva é choro, choro da alma. As lágrimas do céu quando caem sobre mim lavam e levam meu medo, meu tempo, esquecimento... Esqueço de tudo, que pra mim é o nada. É difícil admitir meu medo, é difícil admitir minha solidão, minha fraqueza, é difícil de admitir a culpa.<br /><br />Então eu paro, olho para as ondas e sorrio, faz tempo que não sorrio. E risos então? Se não tenho sussurros e ruídos, quanto mais risos?! Por que sorrir para as ondas? Ora porquê?! Porque vivemos todos os dias em um jogo de esconde-esconde e pega-pega. Todos os dias elas tentam me alcançar, eu sempre fujo. Sempre fugi das coisas. Fugia de carinhos, de afeto, de palavras, de amores... Covarde eu!<br /><br />As paredes e os móveis da minha casa me descrevem, me definem. São brancos. Brancos como as páginas da minha vida. Brancas elas, não porque eu não vivi, nem porque eu não tenho história. Brancas porque eu apaguei tudo da minha memória. Ou pelo menos tentei apagar. Não sei se não lembro porque eu esqueci, ou porque esqueço de lembrar. Acho que é por medo de lembrar. Mas por que medo? O branco é curioso...<br /><br />Pego a folha em branco, a caneta nova e minha vida vazia e entro novamente no dilema. </span></em><br /><br /></span></span></div><div align="justify"><em><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"></span></em></div><div align="justify"><em><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"></span></em></div><div align="justify"><em><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;">Escrevo. Minto...</span></em></div><span style="font-family:courier new;"><div align="justify"><span style="font-size:130%;color:#003300;"></span></div><div align="justify"><br /><em><span style="font-size:130%;color:#003300;">Tenho paredes brancas no olhar.</span></em></div><p align="justify"><span style="font-size:130%;color:#003300;"></span></span><strong></strong></p><p align="right"><strong>Cássia Fernandes.</strong></p>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-932825346036938472.post-70767105016112722912008-10-01T09:07:00.000-07:002009-03-30T13:17:18.646-07:00I. A Espera.<p align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTDHHmV60Um4dao4slkFcATvV8jUXCC52gnAXF3dFwCa7d7G_ZDvTYkx4ihQkCSGQ2UMBjFADxqUJ_EaMFWbE0FZa_3VQjFq0mKh0vDwzZ7fNccAp-5ilaNwTKF1RMfcHSEnwbk80iZXI3/s1600-h/gulls%20and%20Terns%20with%20storm%20cloud.jpg"></a></p><p align="justify"><span style="color:#003300;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:courier new;"><em>Coloco fogo na lareira enquanto as ondas lá fora tentam me alcançar. Sozinha sinto o peso dos meus 63 anos nas costas, sento. Ao redor nada me atrai, nada tem cor. É a brancura de tudo e a escuridão do nada que há em mim. Estou onde já estive um dia, e vivo como sempre vivi, só. O fogo é brando, o mar agitado e eu não sou nada. Qual é meu nome? Para que nome se não há quem me chame, quem me cite, quem me lembre? É melhor não ter nome, é melhor não ser.</em></span><br /></span></span></p><div align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em></em></span></div><div align="justify"><span style="font-family:Courier New;font-size:130%;color:#003300;"><em></em></span></div><p align="justify"><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"><em>Não conto as horas, para que horas? Eu sei que elas passam enquanto fico aqui. Eu e o fogo, o fogo e o mar, o mar sou eu. Recordações? Recordar-se do quê? Sim, tenho recordações, e é por isso que escrevo. Escrever é uma condição. Escrever é minha solução. Fico em um dilema: é uma folha em branco, uma caneta nova, e uma vida vazia. O que fazer com a folha? Como usar a caneta? Como escrever minha vida? Então não escrevo, minto.</em></span></p><p align="justify"><span style="color:#003300;"><span style="font-size:130%;"><span style="font-family:courier new;"><em>Não enxergo mais o mar, as janelas continuam abertas, mas a escuridão de dentro de mim parece ter invadido e possuído o dia. O fogo está se acabando, está morrendo... Eu sempre vivi pensando em minha morte, é por isso que não tenho nome. Tenho uma doença terminal, que nunca termina. Vivi morrendo... </em></span><br /><br /><span style="font-family:courier new;"><em>Não tenho voz, sou o silêncio... Perdi meus gritos, meus lamentos e meus sussurros em algum lugar no passado. Não há agora o porque gritar, me lamentar, sussurrar... Só cabe a mim esperar, esperar o que sempre esperei... Esperança? Talvez. Quero que termine o que ficou por terminar. De que adianta escrever? Quem vai vir até uma morada distante de tudo, perto do mar, procurar palavras de alguém que há anos não existe mais? Deixei todos para trás. Deixei que o tempo e a distância ultrapassasse tudo o que de fato me constituía... Serei silêncio novamente, agora...</em></span><br /><br /><span style="font-family:courier new;"><em>O fogo se apaga, as ondas se afastam, eu termino.</em></span><br /></span></span></p><p align="justify"><span style="font-size:130%;color:#003300;"></span></p><p align="justify"><strong><span style="font-family:courier new;font-size:130%;color:#003300;"></span></strong></p><p align="right"><strong>Cássia Fernandes.</strong></p><br /><p></p><p></p><p></p>Tirado da Gavetahttp://www.blogger.com/profile/12897377203491873289noreply@blogger.com